Penny Dreadful – Episódio 3: Dissecando Frankenstein

Penny Dreadful chega ao seu terceiro episódio. E agora, conforme já era esperado, a série começa a mostrar um pouco mais a respeito do passado dos personagens. As nossas dúvidas e perguntas já começam a ser respondidas, e algumas peças do quebra-cabeça começam a se encaixar.

um episódio muito interessante, carregado de drama

O episódio 03 tem a missão clara de nos passar o seguinte recado: Quem é Dr. Frankenstein? Porque este homem é o que é? E porque sua vida está como está? Três respostas simples, objetivas e claras. Apesar de passarmos quase o episódio inteiro assistindo a uma narrativa a respeito dele e do seu primogênito, o enredo permanece costurado ao núcleo de Ms. Vanessa Ives, Mr. Malcolm, Mr. Chandler, Ms. Brona e a busca incessante por Mina. Aliás, algumas novidades nesta busca acontecem! Coisas muito impressionantes, inclusive!

Este é um episódio muito interessante, carregado de drama, suspense, e que traz muitas explicações. A partir deste terceiro episódio podemos dizer que a série entra em uma nova fase: além de levantar inúmeras perguntas e deixar o espectador cada vez mais curioso e intrigado, conforme já víamos desde o episódio piloto, a série também começa a responder perguntas. Agora o espectador tem a oportunidade de ir montando, pouco a pouco, pedacinhos de um quebra-cabeça para entender o cenário total dos acontecimentos.

Certamente, nós nunca conseguiremos entender todo o mistério, até porque assim perderia a graça (risos). Mas parece que, finalmente, os roteiristas começaram a nos dar um pouquinho de acesso aos seus truques, e a nos deixar entender um pouco da história que existe por trás das aparências.

[Atenção: se você não assistiu ao episódio, pare de ler aqui, pois os próximos parágrafos contém spoilers].

Fanpage Penny Dreadful Facebook / Divulgação

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Ou então, continue lendo e divirta-se! Fique sabendo antes o que vai acontecer!

Dr. Frankenstein, por exemplo, conforme fica explicado neste episódio, tornou-se um cientista, e posteriormente anatomista e médico. Isto porque era filho único e, quando criança, vivia em uma localidade retirada da cidade, sem contato com outras crianças, e em um local não muito populoso. Ao que tudo indica, não foi criado em contato com muitas pessoas, mas mais fechado em casa, com sua própria família.

Seu lazer eram seus livros, e principalmente a leitura diária com sua mãe. Os interesses pela ciência e pela anatomia cresceram pelo fato de ele ter visto sua mãe ser acometida por uma doença incurável, e morrer dentro de casa, cuidada por médicos, mas não salva por eles, e nem por toda ciência da época.

Todo este cenário (reclusão, timidez, morte da mãe, interesse pela ciência) desde a sua infância, acabou criando um quadro psicológico que fez dele um adulto obcecado pela busca por um sentido na vida e pelo o que há entre e a vida e morte.

Conforme o próprio Dr. Frankenstein confessou – no episódio 01 de Penny Dreadful – a Mr. Malcolm, a sua principal motivação enquanto profissional e enquanto cientista é descobrir o que há entre a vida e a morte, e se há alguma forma de reversão, ou o que há após a morte.

Já o primogênito de Dr. Frankenstein, conforme também fica explicado neste terceiro episódio da série, não é humano, e não é feliz com a vida que lhe foi dada. Ao contrário de Proteus, a cria que era feliz, grata pela vida, e que estava se tornando humana, esta cria tem ódio do “pai” e quer lhe cobrar esta dívida amaldiçoada com ódio.

Tumblr Penny Dreadful / Divulgação

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O episódio nos explica, em flashbacks, o porquê de tanto ódio e amargura: assim como aconteceu com a segunda, a primeira cria de Frankenstein também “nasceu” em um momento de susto, causando pânico ao doutor, mas de uma forma diferente.

O primogênito nasceu em excruciante dor. E esta dor foi causada por Frankenstein. Ele montou o corpo da cria como um quebra-cabeça anatômico, costurando todas as partes. E quando este veio à vida, sentiu uma dor que nenhum remédio conseguiria aliviar. Gritou em desespero, não conseguiu ficar de pé, caiu, se debateu, chorou e quebrou quase todo o laboratório. Foi uma cena caótica de puro desespero. E Frankenstein, na angústia de não saber lidar com aquela situação totalmente inesperada, abandonou “o filho” para lidar sozinho com a sua dor e com a sua própria vida. Descartou-o como se fosse um experimento que deu errado.

Desde o início, então, podemos perceber que a relação foi totalmente diferente do que foi com Proteus. O primogênito era feio, e sabia que era feio. Ele era rejeitado pelas mulheres e até mesmo pelos homens, pela sociedade em geral. Sua aparência era monstruosa. Ele não tinha hábitos educados, não sabia se portar, pois ele nasceu com a aparência de um homem, mas com a mentalidade de um bebê. Ele foi jogado em um mundo sem saber nada sobre ele, sozinho e sem nenhuma ajuda.

Ele vivia vagando pelas ruas, não conseguiu evoluir. Até que em certo momento ele foi descoberto por um senhor, diretor do teatro londrino, que lhe ofereceu trabalho. Ele aceitou. Foi ser operador de máquinas no porão do teatro londrino.

Naquele momento sua vida começou a mudar. Pela primeira vez ele conseguiu ser parcialmente aceito em algum lugar. Por ser aquela aberração, ele servia bem ao trabalho, pois tinha força para operar as máquinas e ficava nos porões, escondido.

Porém, conforme começou a conviver com os atores e atrizes, ele começou a sentir algumas coisas inesperadas e novas: sentimentos, emoções. E o mais perigoso: amor.
Ele se apaixonou por uma das atrizes do teatro, mas sabia que não poderia tê-la. E neste momento ele resolveu procurar Dr. Frankenstein e exigir que lhe criasse uma noiva, para que ele pudesse ser amado. Já que ele havia sido criado como uma aberração e nenhuma mulher comum poderia amá-lo, então ele demandou que o doutor criasse uma mulher especialmente para ele. E com a condição específica de que ela deveria ser bonita.

O mais instigante é que o episódio criou um paralelo entre cenas da cria de Frankenstein e cenas de Ms. Brona sofrendo de tuberculose, prestes a morrer. Nós, espectadores, ficamos realmente tensos imaginando se Frankenstein teria a ideia maluca de usar o corpo de Brona para criar uma noiva para seu “filho”. Na ausência de maiores cenas de adrenalina com possessões, lutas, e a busca por Mina, a nossa adrenalina fica o tempo todo pelo medo de que a qualquer momento Brona vá morrer e a gente vá ver uma cena de Frankenstein carregando seu corpo para a salinha escura… Não!!! Por favor, não!!! (risos)

Só assistindo aos próximos episódios para ver o que acontece.

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